Devido ao impacto que tem uma decisão judicial na vida das partes envolvidas numa relação jurídica, não é exagero dizer que aquele que atua como auxiliar do juízo deve buscar a máxima precisão em seu laudo pericial. A decisão judicial na maioria das vezes é irreversível e repercute para o resto da vida daqueles que integram a relação processual, de modo que o parecer que embasa tal decisão deve atestar com a máxima exatidão possível a veracidade dos fatos.

Desse modo, não basta que o perito ou assistente saiba realizar tecnicamente sua função de averiguar as condições do objeto a ser periciado, é preciso que este profissional saiba elaborar um laudo pericial de qualidade, pois se não conseguir atestar documentalmente os resultados de sua análise, poderá prejudicar a interpretação das condições do objeto periciado e interferir no resultado da demanda, do qual depende – em grande parte – seu parecer técnico. Logo, o trabalho do perito não acaba com a averiguação do objeto, mas somente depois de entregue o laudo pericial, por meio deste laudo que ele transmitirá aos integrantes do processo suas impressões sobre o objeto, que definirão muitas vezes o resultado da demanda. Por essa razão, é fundamental que o perito saiba confeccionar um documento que relata essas impressões com a máxima precisão possível e este documento deve estar de acordo com as normas do Juízo, pois servirá como meio de prova no caso em questão.

Laudo Pericial

Como dito, o laudo pericial é meio de prova e possui alta valoração perante o Juízo, pois se presume que o profissional que elaborou tal documento é referência na área em que atua. Contudo, há peculiaridades documentais que devem ser conhecidas pelo perito, pois seu relatório técnico fará parte de um procedimento judicial e servirá para embasar a decisão, que afetará não só as partes envolvidas na lide, mas todos aqueles que possuem vínculos com os partícipes, num grau maior ou menor, a depender da relação jurídica estabelecida.

É fundamental que o conteúdo da perícia conste no laudo pericial, mas não somente, o perito deve saber a quem endereçar este laudo, quais os termos utilizar para se referir às partes, como nomear os objetos com seus termos técnicos, mas ao mesmo tempo com termos de fácil compreensão para aqueles que integram a relação jurídica. 

Habilidade no ato

Deve possuir sobretudo uma dupla habilidade: de analisar o objeto da perícia e transmitir documentalmente o resultado dessa análise para o Juiz e os demais integrantes da ação, para isto deve conhecer também a linguagem do meio ao qual se direciona, pois faz parte de sua função transmitir com clareza realidades que não seriam apreendidas por aqueles que não fazem parte da sua área de atuação. Tais habilidades precisam ser desenvolvidas, para que o perito seja capaz de produzir laudos cada vez melhores, com uma boa apresentação, tanto na redação como na estrutura do documento, o qual deve cumprir seu objetivo de comunicar com precisão e de modo claro o que foi concluído por meio da perícia técnica.

Portanto, elaborar corretamente um laudo pericial é fundamental para todos os Peritos Judiciais e Assistentes Técnicos, independentemente da área em que atuam, pois este laudo é o meio pelo qual se verificará o resultado de seu trabalho e é requisito essencial para a qualidade desse trabalho com precisão, tanto na escrita como na exatidão das características do objeto periciado, bem como na coesão e coerência das ideias ao elaborar o laudo pericial, pois essa precisão é o que dará segurança ao Juiz para proferir a sentença com base no documento confeccionado pelo profissional habilitado.