ciência forense

As Ciências Forenses é compreendida como o conjunto de todos os conhecimentos científicos e técnicos que são utilizados para desvendar não só crimes, como também variados assuntos legais. É considerada uma área interdisciplinar, pois envolve conhecimentos relacionados à física, química, biologia, dentre outras áreas e tem como objetivo principal o suporte a investigações cíveis e criminais.

Quando se fala sobre ciências forenses muitas pessoas imediatamente associam o tema com as séries e filmes que abordam o tema, como Dexter, The Mentalist, CSI, Criminal Minds e outras, que retratam versões glamourizadas das atividades dos cientistas forenses. Contudo, há alguns fatos curiosos para além das telas que abordaremos neste artigo e que merecem atenção.

  1. Ciência do século XIII.

Para ter uma dimensão do tempo que os estudos na ánessa área existem, o primeiro livro sobre ciências forenses foi escrito no século 13, por um juiz chinês chamado Song Ci. O “Collected Cases of Injustice Rectified”, que em português seria algo como “Coletânea de Casos de Injustiça Retificados”. A obra trata de uma série de regras com o intuito de que os médicos legistas não cometam erros ou sejam corrompidos.

  1. Uso de animais na investigação.

Muitas vezes as habilidades de um perito ou policial não são suficientes para desvendar um caso por completo e se faz necessária a ajuda de animais com habilidades específicas como é o caso dos cães farejadores, que são empregados em diversas áreas, seja na localização de drogas, explosivos, armas, pessoas desaparecidas, resgates e até localização de cadáveres, nos casos em que há possibilidade da existência de corpos enterrados.

Em uma cena de crime, por exemplo, pode-se fazer uso do cão através da captação de odores deixados no local, como em pegadas, impressões digitais ou objetos usados pelo criminoso, a fim de se estabelecer uma associação com o odor do suspeito. Isso é possível graças à capacidade olfativa dos cães, que discriminam esses odores e são capazes de reconhecer o mesmo cheiro em diferentes locais.

  1. O auxílio da química forense

Não só profissionais armados e que possuem conhecimentos policiais participam de uma investigação. Como já dito, a ciência forense abrange muitas áreas, como é o caso da química forense, que consiste na análise de materiais e substâncias oriundos principalmente da cena do crime, no intuito de auxiliar a investigar e compreender como determinados delitos ocorreram. 

O trabalho de um químico forense é voltado para a análise de amostras colhidas por investigadores, provindos dos locais de crimes e ocorrências. Junto à perícia, sua atividade principal se destaca em identificar materiais e conhecer a natureza de cada prova relacionada a um crime. O profissional dessa área lida com grandes variedades de provas e amostras e, por essa razão, precisa ter conhecimentos em vários segmentos da química orgânica e bioquímica, já que terá, com frequência, de analisar fluidos de origem biológica, como manchas de sangue, por exemplo.

  1. Análise de linguagem corporal 

No curso de uma investigação, expressão corporal é, sem dúvidas, uma das principais formas de transparecer aquilo que não é dito ou que tenta ser escondido de alguma forma. Por sua vez, a análise da linguagem corporal é um artifício muito utilizado e importante para profissionais que seguem a carreira forense durante a investigação criminal de diferentes casos, pois é uma maneira de tirar dúvidas acerca do suspeito e seguir pistas que valem a pena serem investigadas, já que algumas pessoas conseguem passar ilesas por detectores de mentira.

A Linguagem corporal é um modo de comunicação não verbal na qual a comunicação é estabelecida através de gestos, expressões faciais e pela postura do indivíduo. A expressão corporal surge antes da linguagem verbal e como muitas vezes as expressões faciais são involuntárias no momento de respostas ou transmissão de ideias, elas entregam realmente o que está por trás da fala de alguém e se esse alguém está mentindo, isso pode ser verificado através de uma boa análise da linguagem corporal do suspeito, ainda que sua boca diga outra coisa.

Para peritos criminais, esse conhecimento é um dos mais utilizados para detectar mentiras durante interrogatórios, principalmente por aqueles que são adeptos à investigação apreciativa, segmento que utiliza a comunicação mais persuasiva e estratégica. 

  1. O uso das redes sociais na investigação.

Hoje tudo é registrado a todo momento, quando menos esperamos podemos ser fotografados, filmados e aparecer para diversas pessoas ao mesmo tempo. Nesse sentido, as redes sociais auxiliam as ciências forenses, pois mesmo sem intenção, servem como prova numa investigação criminal. O que está registrado pode tanto servir como álibi para um suspeito, provando que estava em determinado lugar, como também pode servir para incriminá-lo, pois não é novidade que delitos de todos os tipos são registrados no dia a dia pelas mais variadas câmeras.

Havia um tempo em que os criminosos se preocupavam apenas com as câmeras de segurança em estabelecimentos comerciais e o clássico aviso “sorria, você está sendo filmado”, dava a certeza de estarem sendo vigiados naquele momento. Hoje, a qualquer hora pode haver alguém filmando um acontecimento e tal registro ser compartilhado em tempo real para milhares de pessoas simultaneamente.